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Todas as vezes que penso
na minha infância,
lembro-me da Rua Lourenço.
Das correrias da gurizada
livres a brincar,
vivendo suas fantasias
magias de um mundo infantil.
No ar ainda vejo livre a voar
a mesma pandorga de papel
relembrando sonhos
como o que víamos no carro de bombeiros
que carregava o papai Noel
para nos presentear no terreiro.
Nunca mais enxerguei
crianças com arco
empurrar uma rodinha
ou puxar um brinquedo
feito com duas latinhas.
Coisas do meu tempo de menino
quando corria atrás
das senhoras que visitavam as casas
com a bandeira e a pomba do divino.
Tempos que nos servem de abrigo
ao lembrar aquele bom homem
que a criançada chamava de amigo
e sorrindo ficava adivinhar nossos nomes.
Alguém gritava lá vem os “anõezinhos”
que todas as semanas passavam por ali,
família de andantes ou catadores
que aprendemos a trata-los com carinho.
Banana, bananinha, bananão,
com sua capa preta a sacudir
Quando ele estava na rua
nao eram todos que se animavam a sair.
Na verdade ele não causava dano
tão carismático e doce
como nosso amigo “Baiano”.
Ser criança era não estar só
Apenas paravam na espera
Do “Velho Pinga”
Para comprar as balas de mocotó.
Doces lembranças da infância
Vividas aqui na Rua Lourenço
Onde as crianças tinham alegria
Direito, respeito e segurança,
Com muito espaço para brincar,
e quando queriam ser "sapecas"
tinham sempre uma campainha
para apertar e disparar.
Amigos, irmãos da Rua Lourenço
quando penso, confesso
chego ate a me emocionar.