A chuva desperta em mim uma saudade, uma necessidade de ao menos na lembrança poder te encontrar e me acalmar em teus braços. Naqueles braços marcados pelas cicatrizes do amor, braços acostumados ao embalo das canções de ninar que tantas vezes cantastes. Agora, o som da chuva foi interrompido por um trovão ensurdecedor trazendo-me de volta a realidade. A separação física é muito difícil para quem ama de verdade, e o tempo vai aos poucos traduzindo toda essa ausência em uma saudade infinita. Aos poucos vamos fracionando esse tempo, um mês, dois meses e assim sucessivamente na esperança de encurtarmos essa distância ou amenizarmos essa dor que hoje se chama saudade. A chuva segue intensa, parece querer me dizer algo que eu não consigo entender. Talvez o ciclo, que embora seja repetitivo se transforme, me mostre a razão de viver sem tua presença.Em minha limitação como ser humano, jamais vou entender essa ciranda, muito embora aceite de forma consciente sabendo que não cabe a mim desvendar certos mistérios. A unica coisa que não consigo esconder ou fugir é da dor da saudade. Fico imaginando a dor de crianças que prematuramente perdem seus pais, como não devem ficarem perdidas,a merce do tempo, pois é ele que destrói porém, é ele também que nos ajuda a construir novos horizontes, mas é somente o amor que nos faz dimensionar e redirecionar nossas vidas.Agora, sentado aqui na frente do computador, posso sentir tuas mãos nas minhas costas, naquele carinho materno que nunca deixastes de demonstrar. Foram tantos nossos momentos, talvez, pelo fato de termos vividos tão próximos, que tenho a sensação de te ver a todo momento.Sei que logo esta chuva vai passar, sei que a vida vai continuar,porém, jamais será a mesma. "Nada do que foi será o mesmo", mas como a arvore que cresce e da seus frutos e esses por sua vez geram sementes, assim tu continuas. Assim floresce a cada novo dia, ou nova chuva a semente de teu amor, que por mim e por nós continuará sendo plantada, talvez celebrando isso, os passarinhos já começaram a sinfonia do pós chuva para celebrar a vida que continua. Saudade não se descreve, não se mede, é eterna, só se sente. Que saudade minha Candinha!
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