Lembro da minha rua em época de natal,
a agitação da gurizada, ansiedade natural,
concentrada toda ali no terreiro da madrinha "Téta".
Madrinha de todos nós, benfeitora de nossa festa.
Nossos sonhos e realidade, cumpriam o mesmo papel,
com angelical inocência e pureza no coração.
Encenávamos o presépio, aguardando o papai Noel,
trazido pelo corpo de bombeiros em cima do caminhão.
Sirenes ecoavam na Lourenço, anunciando sua chegada,
para delírio total e um frenesi da gurizada,
que entre chuvas de balas, balões e presentes,
festejavam mais um natal de noite encantada.
Naquele tempo, entre pessoas não havia divisão,
nem importava religião, apenas todos eram irmãos,
papai Noel se perdia no meio de tanta gente
porém, ninguém ficava sem seu presente.
Fui lavrador, que presenteou o senhor na peça encenada,
com todo o amor que a lembrança traduz,
foi ali no terreiro da madrinha "Téta"
que eu menino, sem ter nada, presentei o menino Jesus.
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